Rumando para uma Sociedade Simples, Fácil e Carinhosa. (5)

5. Não é possível conseguir fazer apenas com a motivação (a boa vontade)

Percebendo o estado real cheia de “fixações” (pressuposto fixos).

Após 20 anos, a atual Comunidade As One Network Suzuka, o número de pessoas aumentou consideravelmente, embora ainda pequena em tamanho, várias indústrias, várias atividades foram montadas, edifícios disponibilizados e os conteúdos parecem ter sido bastante aprimorados. Mas, é claro que nem tudo correu bem desde o início. Também enfrentamos vários problemas e crises (risos).

Em 2001, começamos com um grupo de pessoas altamente motivadas e idealistas, mas logo enfrentamos uma série de problemas.

Embora estivéssemos tentando criar uma nova comunidade, quando se tratava de relacionamentos e sociedade, havia muitas coisas que estávamos tomando como, “isso é algo que tem que ser feito”, “é óbvio que é assim”. Além de tudo, não nos apercebemos disso em absoluto.

Em outras palavras, havia muitas “ideias fixas”, “pressupostos arraigados” e “desistência” estabelecido no fundo da mente. Tomávamos estas coisas como tão óbvios, que mesmo as pessoas ao nosso redor também tomando como óbvios, ninguém for capaz de perceber esse estado.

É claro que eu também estava assim, e ainda agora no meu dia a dia, me vejo questionando constantemente sobre isso.

Quando eu estava na faculdade (há 40 anos), comecei a questionar a minha vida e a sociedade, e depois de vivenciar o movimento estudantil e o movimento pacifista, comecei a aspirar a construção de uma sociedade ideal. Depois de me formar na universidade, me atirei numa comunidade que se chama Associação Yamagishi, onde fui membro ativo por cerca de 16 anos.

No entanto, conforme a organização crescia, vários problemas surgiram e sentindo uma  discrepância e impasse com o mundo que idealizo, me retirei da Associação no final de 2000. Então, mudei-me para Suzuka e comecei uma nova atividade a fim de novamente criar uma sociedade ideal a partir do zero com companheiros que encontrei na Associação Yamagishi, com o mesmo ideal. É o início do que chamamos agora de Comunidade Suzuka Rede As One. 

Eu estava pensando: “Desta vez seremos capazes de fazer isso!” Porque temos a união de amigos motivados com pureza o suficiente, podemos aproveitar as experiências de fracasso na construção da comunidade. “Vamos criar uma empresa que possa ser operada com conversa mútua,  que não tem o superior nem inferior”, “Vamos criar uma economia sem a interposição de dinheiro” e “Vamos criar uma vida verdadeiramente livre”, estávamos no calor do ideal, e fomos desafiando em várias frentes.

No entanto, as divergências de opinião geraram conflitos, e as opiniões de quem sabe trabalhar melhor e de quem fala de forma coerente e articulada tornaram-se mais fortes. Além disso, muitas vezes ficamos sem dinheiro, acabando em pressionar quem não trabalha, gerando relutâncias e culpando quem gastava muito dinheiro… Muitos problemas humanos emergiram. Enfrentamos uma realidade que estava longe do ideal de “uma sociedade onde as pessoas possam viver conforme os seus sentimentos, com confortos. sem conflitos”.

Por que não se realiza, mesmo reunindo pessoas que desejam uma sociedade ideal?  Reapareceu o mesmo problema daquela situação! “Fazer guerra desejando a paz!?”

Daí, veio uma percepção! O eu que toma com “É óbvio o que foi decidido por todos, tem que ser feito!”, “Uma vez que disse que farei isso, então eu tenho que fazer”, “É bom que faça o  trabalha” “Deve-se agir pensando no todo” “É normal que se ajudem uns ao outros quando está com problemas”, etc. etc, inevitavelmente tivemos que nos deparar e enfrentar o eu cheio de “pressupostos fixos”.

O que significa “intimidade, proximidade”? O que significa “felicidade”? O que significa “liberdade”? Ao dizer: “Estou almejando uma sociedade assim”, percebi que realmente não sei o significado de “amizade”, “felicidade” e “liberdade”. Em outras palavras, embora não soubesse o destino com clareza, estava em um estado em que estava correndo às cegas em direção aleatória.

Forçosamente, isso nos fez perceber que a comunidade ideal não pode ser criada apenas por motivação e sentimentos puros.

Não havia perspectiva de “pessoas que conseguem fazer” a construção da comunidade”.

Penso que esta é uma perspectiva muito importante para aqueles que objetivam uma comunidade e aqueles que estão tentando melhorar seu local de trabalho ou seu lar. 

A perspectiva de ser ou não uma “pessoa que consegue fazer”? É a perspectiva de ser ou não uma pessoa que está na direção ser se tornar uma pessoa assim.

Por exemplo, mesmo que haja um menino com desejo e motivação genuínos de desempenhar um papel ativo como jogador de beisebol, isso não significa que ele vai conseguir desempenhar um papel ativo apenas com o desejo e motivação, certo? Penso que para isso, vai ter que passar pelo caminho do crescimento, acumular treinamentos básicos, ganhar força física básica, conhecer o beisebol através de experiências práticas, e então pode se tornar uma pessoa que vai poder desempenhar um papel ativo como jogador de beisebol.

No entanto, em atividades como melhorar os relacionamentos, melhorar o ambiente de trabalho, o ambiente da comunidade ou criar comunidade, a tendência é sentir que é possível realizar facilmente, apenas com a motivação e a vontade. No entanto, era óbvio e natural que não fosse realizável, a não ser que se tornasse ser uma “pessoa que consegue realizar”.

Para nós, estas percepções se tornaram um grande ponto de viragem. O que significam “intimidade/proximidade”, “felicidade” e “liberdade”? Quais são as causas dos confrontos e conflitos? O que é ideia fixa? De onde isso vem? O que é uma “pessoa que consegue realizar”? Como posso me tornar uma “pessoa que consegue realizar”?, assim, em 2004, criamos um órgão de pesquisa chamado “Instituto Scienz” para pesquisar estas questões com seriedade.

Então, a partir do zero, re-questionamos sobre o ser humano e sobre as a sociedade, e fomos acumulando as pesquisas e as práticas. Em seguida, começamos pesquisar os elementos necessários para se tornar uma “pessoa que consegue realizar” e nos movimentar para estabelecer a “Escola Scienz” (2006) como um organismo de desenvolvimento de recursos humanos para o crescimento de “pessoa que consegue realizar”.

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